Recentemente, o Ministério da Saúde revelou uma atualização crucial na lista de doenças relacionadas ao trabalho, visando fornecer um respaldo significativo aos auditores fiscais do trabalho e promover uma proteção mais abrangente para os trabalhadores.
DIREITOS TRABALHISTAS: lista de DOENÇAS OCUPACIONAIS é atualizada para incluir Covid-19, Burnout e outros agravos à saúde do trabalhador
Essas mudanças, contemplando 165 novas patologias, foram publicadas por meio de uma portaria, reconhecendo condições que afetam a integridade física e mental dos profissionais em seus ambientes laborais.
Ampliando o espectro de doenças ocupacionais
Entre as adições mais relevantes estão a Covid-19, distúrbios musculoesqueléticos e certos tipos de cânceres, abrindo espaço para a inclusão de transtornos mentais como o Burnout, ansiedade, depressão e tentativas de suicídio.
Em suma, a correlação entre o uso de substâncias, jornadas extenuantes e assédio moral também foi destacada, ampliando a compreensão sobre os impactos no bem-estar dos trabalhadores.
Impactos e alterações legais
Esses ajustes receberam parecer favorável dos Ministérios do Trabalho e Emprego, bem como da Previdência Social, e entrarão em vigor em 30 dias. Contudo, com essas modificações, espera-se que o poder público implemente medidas preventivas e de assistência, garantindo ambientes laborais mais seguros e saudáveis.
Além disso, essas mudanças não apenas fornecem suporte para a fiscalização dos auditores fiscais do trabalho, mas também facilitam o acesso a benefícios previdenciários e conferem uma camada adicional de proteção aos trabalhadores diagnosticados com as doenças listadas. No entanto, vale ressaltar que essa atualização abrange todas as ocupações, tanto formais quanto informais, urbanas ou rurais.
Evolução da lista de doenças ocupacionais
Concisamente, a lista de doenças ocupacionais foi estabelecida em 1999, dividida em duas partes: uma que identifica os riscos para o desenvolvimento de doenças e outra que especifica as condições para diagnóstico e tratamento.
Desse modo, com essa atualização, o número de códigos de diagnóstico foi expandido de 182 para 347, com a lista completa disponível para consulta no Diário Oficial da União. Segundo o Ministério da Saúde, essa atualização reflete a prioridade da nova gestão em retomar o protagonismo na coordenação nacional da política de saúde do trabalhador.
As inclusões foram submetidas à avaliação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast) durante o seu 11º encontro, conhecido como Renastão, realizado em Brasília.
O papel da Renast e as estatísticas relevantes
Em resumo, a Renast, instituída em 2002, desempenha um papel estratégico no desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador. Assim, reunindo esforços do Ministério da Saúde e das secretarias de saúde em níveis estadual, municipal e do Distrito Federal.
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), gerenciado pelo Ministério da Saúde, revelam que quase 3 milhões de casos de doenças ocupacionais foram atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2007 e 2022. Destes, mais da metade (52,9%) está relacionada a acidentes de trabalho graves.
Conforme o Sinan, 26,8% das notificações foram geradas pela exposição a material biológico, 12,2% devido a acidentes com animais peçonhentos e 3,7% por lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.
No entanto, apenas em 2023, já foram notificados mais de 390 mil casos de doenças relacionadas ao trabalho. Desse modo, reforçando a importância das medidas preventivas e do respaldo atualizado fornecido pela nova lista de doenças ocupacionais.
Avanço para o trabalhador
Certamente, a atualização da lista de doenças ocupacionais representa um passo significativo para a proteção e assistência aos trabalhadores, reconhecendo uma gama mais ampla de condições que podem afetar sua saúde física e mental.
Visto que essas alterações não apenas respaldam os profissionais responsáveis pela fiscalização, mas também estabelecem bases para ambientes de trabalho mais saudáveis e seguros. A implementação efetiva dessas mudanças visa mitigar os riscos e prevenir os danos à saúde dos trabalhadores, construindo um cenário laboral mais promissor e humano.