A “Revisão da Vida Toda” tem sido um tema de destaque nos círculos previdenciários nos últimos tempos, proporcionando a chance de gerar um efeito positivo nos rendimentos de aposentadoria e pensões de milhões de beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
REVISÃO DA VIDA TODA: entenda como essa decisão pode afetar aposentados e pensionistas do INSS
Se aprovada pela Justiça Federal, essa revisão pode resultar em um substancial aumento nos valores recebidos mensalmente por essas pessoas.
O que é a Revisão da Vida Toda?
Em suma, a Revisão da Vida Toda é um processo judicial que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). Em termos simples, essa ação questiona a constitucionalidade do cálculo atualmente utilizado pelo INSS para determinar os pagamentos de aposentadorias e pensões.
Especificamente, a ação busca analisar a validade de considerar apenas as contribuições feitas a partir de 1994 no cálculo dos benefícios previdenciários. Isso se deve ao fato de que, a partir de 1999, somente os salários em real foram considerados ao conceder aposentadorias e pensões, deixando de lado contribuições feitas em moedas antigas, como o cruzeiro. Esse método de cálculo foi introduzido durante a reforma da Previdência de 1999, realizada durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Decisões e impactos
Atualmente, o STF está avaliando se o INSS deve incluir as contribuições mais antigas no cálculo dos benefícios previdenciários. Além disso, discute-se a possibilidade de indenização para aqueles que tiveram salários inferiores durante esse período, como forma de compensação por eventuais perdas.
Quem tem direito à Revisão da Vida Toda?
Contudo, é importante notar que, caso aprovada, a Revisão da Vida Toda não irá beneficiar todos os aposentados e pensionistas do INSS. Especialistas recomendam que, antes de buscar esse tipo de revisão por meio de ação judicial, o aposentado consulte um advogado especializado.
Pois, aqueles que não possuíam salários altos antes de 1994 provavelmente não fizeram contribuições substanciais, o que poderia resultar em um cálculo desfavorável ao incluir esses valores no pagamento previdenciário.
Conforme a lei, têm direito à revisão de seus salários aqueles que se aposentaram nos últimos dez anos, os que se aposentaram antes da reforma da Previdência em 2019 e os segurados cujos benefícios foram concedidos com base nas regras da lei 9.876, de 1999.
Quando será aplicado o novo valor?
A aplicação do novo valor de aposentadoria do INSS está pendente de decisão judicial. O julgamento da Revisão da Vida Toda já se estende há mais de um ano, com algumas reviravoltas.
No entanto, embora em dezembro do ano anterior o STF tenha considerado favorável aos segurados o uso das contribuições previdenciárias anteriores a 1994, em março deste ano, todas as ações relacionadas à revisão foram temporariamente pausadas.
Recentemente, em uma sessão virtual, o ministro Alexandre de Moraes solicitou destaque, interrompendo o julgamento. Três ministros votaram para que a ação fosse remetida ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), e agora espera-se um reinício do julgamento em sessão física, o que pode ocorrer apenas em 2024.
Como solicitar a Revisão da Vida Toda?
Ninguém terá acesso à revisão automaticamente. Sendo assim, é necessário ingressar com uma ação na Justiça solicitando o recálculo do benefício com base nessa revisão.
Passos para solicitar:
- Consultar um advogado especializado em direito previdenciário.
- O profissional irá preparar o processo com todas as informações necessárias.
- Aguardar o julgamento para que o INSS inicie o pagamento conforme determinação judicial.
É importante ressaltar que os processos de revisão não serão julgados até que o STF tome uma decisão final sobre o assunto.
A Revisão da Vida Toda representa uma possível mudança significativa nos benefícios previdenciários, mas sua aplicação e os efeitos para os segurados aguardam decisões judiciais que podem determinar seu futuro.