A pensão por morte é um benefício previdenciário que passou por mudanças significativas, impactando diretamente a vida de milhares de brasileiros. Com a reforma da previdência, promovida pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), as alterações na pensão por morte foram validadas pelo Supremo Tribunal Federal em junho deste ano. Agora, os pagamentos são feitos em cotas e o valor do benefício foi reduzido. Neste artigo, vamos entender como funciona o novo modelo de repasse e suas consequências para os dependentes.
Mudanças na Pensão por Morte
Desde 2019, os dependentes passaram a receber a pensão por morte a partir de 60% do valor devido, ao invés dos 100% anteriormente estabelecidos. Atualmente, o valor real é de 50% mais uma cota de 10% por cada dependente, até chegar aos 100%. Ou seja, para que os dependentes recebam o valor integral, seria necessário ter no mínimo 5 dependentes.
No entanto, caso o segurado falecido tenha dependentes considerados inválidos, a pensão por morte atingirá os 100%. Além disso, se o segurado não estava aposentado na data do óbito, o valor da pensão será calculado a partir da aposentadoria por incapacidade permanente, anteriormente conhecida como aposentadoria por invalidez.
É importante ressaltar que, caso o cálculo do valor não atinja pelo menos um salário-mínimo, o INSS garante o recebimento do piso vigente, que atualmente é de R$ 1.320. Essa garantia visa proteger os dependentes e assegurar que eles não fiquem desamparados financeiramente.
Outra mudança significativa está relacionada à vitaliciedade da pensão por morte. Antes, esse benefício era vitalício em todas as situações. No entanto, agora existem algumas exceções. Por exemplo, cônjuges com menos de 44 anos de idade e menos de dois anos de casamento ou união estável, assim como dependentes com idade entre 21 e 26 anos, não terão direito à pensão vitalícia.
Quem tem direito à Pensão por Morte?
A pensão por morte é destinada aos dependentes do segurado falecido. A lei estabelece três classes de dependentes, cada uma com critérios específicos para ter direito ao benefício.
1ª Classe
A primeira classe de dependentes inclui o cônjuge, a companheira ou o companheiro e os filhos não emancipados, de qualquer condição, menores de vinte e um anos de idade. Além disso, também são considerados dependentes os filhos inválidos ou que tenham deficiência intelectual, mental ou grave.
2ª Classe
A segunda classe de dependentes abrange os pais do segurado falecido. Para que eles tenham direito à pensão por morte, é necessário comprovar dependência econômica em relação ao segurado.
3ª Classe
A terceira classe de dependentes inclui os irmãos não emancipados, de qualquer condição, menores de vinte e um anos de idade. Da mesma forma que nas outras classes, também são considerados dependentes os irmãos inválidos ou que tenham deficiência intelectual, mental ou grave.
É importante ressaltar que, para ter direito à pensão por morte, os dependentes devem comprovar sua condição e vínculo com o segurado falecido. Essa comprovação é realizada através de documentos como certidão de casamento, certidão de nascimento, laudos médicos e outros documentos que atestem a dependência econômica e a condição de invalidez, quando aplicável.
Impactos da Redução do Valor da Pensão por Morte
A redução do valor da pensão por morte tem gerado impactos significativos na vida dos dependentes. Com a diminuição do benefício, muitas famílias têm enfrentado dificuldades financeiras, especialmente aquelas que dependiam exclusivamente desse valor para se sustentar.
Essa mudança tem exigido que os dependentes busquem alternativas para complementar a renda familiar, seja através de trabalho remunerado, benefícios assistenciais ou apoio de familiares e amigos. No entanto, nem sempre essas alternativas são suficientes para suprir a perda do benefício.
Além disso, a redução do valor da pensão por morte também pode impactar no acesso a serviços e benefícios que dependem da comprovação de renda, como programas habitacionais, financiamentos e empréstimos. Com um benefício reduzido, os dependentes podem ter dificuldades em cumprir os requisitos exigidos por esses programas.
Garantia de proteção social adequada
A pensão por morte passou por mudanças que impactaram diretamente a vida de milhares de brasileiros. Com a redução do valor do benefício e a necessidade de comprovação de dependência econômica, os dependentes têm enfrentado desafios para se sustentar financeiramente após a perda de um ente querido.
É fundamental que os dependentes estejam cientes dos novos critérios estabelecidos e busquem orientação junto ao INSS para garantir seus direitos. Além disso, é importante que o governo e a sociedade em geral estejam atentos aos impactos dessas mudanças e busquem soluções para minimizar as dificuldades enfrentadas pelos dependentes.
A pensão por morte é um benefício essencial para proporcionar segurança e amparo aos familiares em um momento tão difícil como a perda de um ente querido. Portanto, é fundamental que o sistema previdenciário esteja alinhado às necessidades e realidades dos dependentes, garantindo uma proteção social adequada.