Você está em casa, e alguém bate na porta. Ao abrir, você é surpreendido por um indivíduo que se identifica como representante do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS). Diante dessa situação, surge a dúvida: o que fazer? O cidadão está obrigado a atender o profissional?
Este é um tema que tem gerado bastante debate entre os usuários de programas sociais, como o Bolsa Família, o Auxílio-gás nacional e a Tarifa Social de Energia Elétrica, entre outros. No entanto, o assunto ganhou ainda mais destaque nesta semana, com a circulação intensa de uma postagem nas redes sociais.
O que é o CRAS?
O CRAS, ou Centro de Referência de Assistência Social, é uma unidade pública responsável por prestar serviços socioassistenciais à população em situação de vulnerabilidade e risco social.
Essa instituição faz parte da rede do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no Brasil. O SUAS é uma política pública que visa organizar e descentralizar os serviços de assistência social, garantindo o acesso da população a ações que promovam a proteção social.
O CRAS atua como uma porta de entrada para os serviços socioassistenciais, buscando promover a inclusão e a garantia de direitos.
Suas principais atribuições incluem o acolhimento e o acompanhamento de famílias em situação de vulnerabilidade, a oferta de programas e projetos sociais, orientação sobre acesso a benefícios sociais, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
Além disso, o CRAS realiza a identificação e o cadastramento de famílias em situação de risco, contribuindo para o desenvolvimento de ações preventivas e de promoção social.
As equipes do CRAS são compostas por profissionais como assistentes sociais, psicólogos, pedagogos e outros especialistas, que trabalham de forma integrada para atender às demandas específicas das comunidades atendidas.
Por que o CRAS está visitando beneficiários do Bolsa Família?
O Cadastro Único para Programas Sociais desempenha um papel crucial para o governo brasileiro ao identificar e compreender a realidade das famílias de baixa renda em todo o país.
Através desse registro, o Estado consegue direcionar de maneira mais eficaz os benefícios sociais e programas de assistência, priorizando aqueles que mais necessitam de apoio.
Para assegurar a eficácia do Cadastro Único, é imperativo manter as informações cadastradas constantemente atualizadas. A atualização cadastral possibilita a verificação contínua da elegibilidade das famílias para os programas sociais, ao mesmo tempo em que identifica novas necessidades e demandas.
Uma estratégia essencial para garantir essa atualização é a chamada “busca ativa”, um processo que leva os serviços governamentais até as famílias, em vez de exigir que estas se desloquem até os órgãos públicos.
Essa abordagem é particularmente crucial para alcançar famílias em áreas remotas, onde o acesso aos serviços governamentais pode ser desafiador.
A execução da busca ativa é incumbida aos profissionais dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), que visitam as residências das famílias para atualizar as informações no Cadastro Único.
Essa estratégia é fundamental para assegurar que ninguém seja negligenciado e que todas as famílias em situação de vulnerabilidade tenham acesso aos benefícios a que têm direito.
Conteúdo viralizou
O conteúdo amplamente compartilhado em redes sociais destaca uma suposta proibição da Presidência da República quanto à visita de integrantes do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) a indivíduos cadastrados no Bolsa Família, sob a justificativa de prevenir crimes.
A repercussão dessa narrativa levou o Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome a se posicionar oficialmente.
Em um comunicado, o órgão responsável pelos pagamentos do Bolsa Família esclareceu que é permitida a visita de profissionais dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) às residências das famílias.
Conforme destacado pelo Ministério, essas visitas são essenciais para que os agentes sociais possam verificar os dados registrados no Cadastro Único (CadÚnico), os quais servem como base para a seleção de beneficiários em diversos programas sociais, incluindo o Bolsa Família.
O comunicado ressalta a importância da busca ativa para o Cadastro Único, uma estratégia destinada a localizar e incluir no sistema todas as famílias de baixa renda, especialmente as mais necessitadas, e também para atualizar as informações das famílias já cadastradas, garantindo a identificação precisa das mesmas.
É válido lembrar que, de acordo com a legislação, cada município é obrigado a realizar pelo menos 20% dos cadastros nos domicílios das famílias.
E se eu optar por não receber o CRAS?
Você pode estar se questionando: “Como a casa é minha, não sou obrigado a receber qualquer pessoa, incluindo os representantes do CRAS.” De fato, não há nenhuma regulamentação que imponha ao cidadão a obrigação de receber o representante à força.
No entanto, ao recusar-se a receber o agente, o usuário corre o risco de perder benefícios, como ocorre no caso do Bolsa Família.
Como atualizar o Cadastro Único?
A atualização do Cadastro Único (CadÚnico) pode ser realizada de diversas formas, sendo importante manter as informações sempre atualizadas para garantir o acesso aos programas sociais do governo. Aqui estão algumas maneiras comuns de atualizar o Cadastro Único:
- Atendimento no CRAS: Você pode se dirigir ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) mais próximo de sua residência. Lá, os profissionais poderão auxiliá-lo na atualização do Cadastro Único.
- Agendamento pela internet ou telefone: Em alguns municípios, é possível agendar um atendimento no CRAS pela internet ou telefone. Consulte os canais de atendimento disponibilizados pela prefeitura local para obter informações sobre o agendamento.
- Atualização durante visitas: Em algumas situações, os profissionais do CRAS realizam visitas domiciliares para atualizar as informações no Cadastro Único. Isso é comum em áreas mais remotas ou em casos específicos.
- Autosserviço no site do Ministério da Cidadania: Em alguns casos, é possível realizar a atualização cadastral por meio do autosserviço no site do Ministério da Cidadania. Isso pode variar conforme a política adotada pelo município.
- Participação em ações itinerantes: Em determinados períodos, podem ocorrer ações itinerantes em comunidades ou eventos locais, oferecendo serviços de atualização do Cadastro Único. Fique atento aos comunicados da prefeitura ou do CRAS.
Lembre-se de levar os documentos necessários, como comprovante de residência, documentos de identificação dos membros da família, comprovante de renda, entre outros.
Manter as informações atualizadas é fundamental para garantir que as famílias recebam os benefícios sociais a que têm direito.
Se houver dúvidas específicas ou mudanças nas orientações, é recomendável entrar em contato diretamente com o CRAS ou a prefeitura do seu município para obter informações detalhadas e precisas.