Após meses de espera, o aguardado programa Voa Brasil está finalmente próximo de ser lançado. Este projeto, que prevê a disponibilização de passagens aéreas a R$ 200 para qualquer destino dentro do território nacional, enfrentou diversos adiamentos, mas agora está prestes a se concretizar.
Em uma conversa com jornalistas nesta semana, o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, anunciou que o Voa Brasil decolará oficialmente em 5 de fevereiro.
Ele enfatizou que esta é a data em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançará o programa, que entrará em vigor no mesmo dia.
“O ‘Voa Brasil’ será anunciado no dia 5 de fevereiro pelo presidente da República. Entrará em vigor no dia 5 de fevereiro. Quero agradecer à Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) e a todas as companhias aéreas que estão contribuindo para a implementação do Voa Brasil”, afirmou o ministro.
O Programa Voa Brasil
Como parte dos planos do governo federal, o Programa Voa Brasil tem como objetivo disponibilizar até 6 milhões de passagens aéreas por R$ 200 ao longo do ano de 2024.
O Ministério de Portos e Aeroportos prevê que essa iniciativa contribuirá para o fomento do turismo nacional, permitindo que mais pessoas possam viajar.
Entretanto, nem todos poderão participar desse programa. De acordo com informações divulgadas pelo ministro, os potenciais beneficiários incluem:
- Aposentados federais que não tenham realizado viagens nos últimos 12 meses e que recebam até dois salários mínimos;
- Alunos do Programa Universidade para Todos (ProUni).
Em um segundo momento, o governo federal não descarta a possibilidade de estender o Voa Brasil para abranger destinos internacionais.
“O aluno de escola pública que deseja cursar em Cambridge, Harvard, não possui meios para isso. Essa pode ser uma proposta que surgirá dentro deste programa. Estamos colaborando com as companhias aéreas para desenvolver um programa notável”, declarou o ministro em uma recente entrevista.
Financiamento do Programa Voa Brasil
O ministro Sílvio Costa Filho destacou, entre outros pontos, que o Programa Voa Brasil não será financiado pelo governo.
A proposta é estabelecer parcerias com as companhias aéreas para disponibilizar, a preços mais acessíveis, assentos que normalmente permanecem vazios.
Dessa forma, as empresas aéreas teriam a oportunidade de lucrar com a venda desses assentos por R$ 200, em vez de não obterem receita alguma.
O papel do governo federal se restringe à disponibilização das informações dos cidadãos, para identificar quem tem direito ao benefício.
“O governo brasileiro não tem capacidade de oferecer um programa [com passagens] a R$ 200 para toda a população. É importante deixar isso claro. No entanto, dentro dos esforços realizados em conjunto com as companhias aéreas, estamos direcionando o programa para dois segmentos muito importantes”, afirmou o ministro Sílvio Costa Filho.
Preços das Passagens Aéreas
Além do Programa Voa Brasil, o ministro Costa Filho revelou que o governo federal está trabalhando em uma série de outras medidas para tentar reduzir os preços das passagens aéreas.
Atualmente, o Brasil é considerado um dos países com tarifas aéreas mais elevadas do mundo.
“Estamos também buscando maneiras de reduzir a judicialização, pois o Brasil enfrenta um alto índice de litígios judiciais em relação ao setor. Além disso, estamos trabalhando em parceria com o BNDES para facilitar o acesso das companhias aéreas a linhas de crédito, visando ao financiamento e ao aumento dos investimentos para fortalecer o setor”, explicou o ministro.
“Apresentaremos ao país um fundo de financiamento da aviação brasileira, que permitirá às empresas aéreas obterem crédito, fortalecerem sua capitalização e, assim, ampliarem seus investimentos no setor da aviação. Isso incluirá desde o refinanciamento de dívidas e investimentos em manutenção até a aquisição de novas aeronaves”, concluiu o ministro Costa Filho.