Após um intervalo de cinco anos, o governo federal reinicia nesta quinta-feira (1) a assinatura de contratos do programa Minha Casa, Minha Vida, destinado a auxiliar os brasileiros no processo de financiamento habitacional.
A retomada deste projeto representa uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para marcar oficialmente a retomada, o ministro das Cidades, Jader Filho, está previsto para assinar, em conjunto com a Prefeitura de Jaguariúna (SP), o primeiro documento que dará início às obras de 115 unidades habitacionais na cidade.
Esses contratos serão direcionados exclusivamente para indivíduos enquadrados na chamada Faixa 1, ou seja, aqueles com renda mensal de até R$ 2.640.
Quando surgiu o Minha Casa Minha Vida?
O programa Minha Casa, Minha Vida foi lançado em março de 2009 pelo governo federal brasileiro, durante a gestão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O programa foi uma iniciativa para enfrentar o déficit habitacional no país, buscando proporcionar moradia digna para famílias de baixa renda por meio de subsídios governamentais, financiamentos facilitados e parcerias com o setor privado da construção civil.
Desde então, o programa passou por diversas atualizações e ajustes ao longo dos anos.
Minha Casa, Minha Vida em 2024
Para o ano de 2024, o governo federal planeja estabelecer contratos para a construção de 187,5 mil casas em 560 municípios de todas as regiões do país. Estima-se que o governo disponha de R$ 9,4 bilhões no Orçamento da União para concluir as construções mencionadas.
Simultaneamente, o governo federal declara sua intenção de retomar as obras do programa que foram interrompidas desde a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.
O atualizado Minha Casa, Minha Vida
A nova versão do Minha Casa, Minha Vida apresenta detalhes sobre os limites de renda para os cidadãos interessados em participar do programa. Segue abaixo:
Faixa 1: Destinada a famílias com renda mensal de até R$ 2.640; Faixa 2: Destinada a famílias com renda entre R$ 2.640,01 e R$ 4.400; Faixa 3: Destinada a famílias com renda mensal entre R$ 4.400,01 e R$ 8.000.
Comparativamente ao antigo Casa Verde e Amarela, gerenciado pela administração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), observa-se um aumento no valor dos imóveis no âmbito do Minha Casa, Minha Vida. Segue abaixo, de forma geral:
- Para Empreendimentos que abrangem a Faixa 1 Subsidiada: até R$ 170 mil;
- Para Empreendimentos que abrangem as Faixas 1 e 2 Financiadas: até R$ 264 mil;
- Para Empreendimentos que abrangem a Faixa 3 Financiada: até R$ 350 mil.
No Minha Casa, Minha Vida Rural
Para novas moradias, o valor máximo aumentou de R$ 55.000 para R$ 75.000; Para melhorias em moradias, o valor aumentou de R$ 23.000 para R$ 40.000.
Durante a tramitação no Congresso Nacional, o texto da Medida Provisória registrou algumas alterações. Uma delas foi a permissão para o uso dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em projetos de iluminação pública, saneamento básico, vias públicas e até mesmo drenagem de águas pluviais.
Atualização da faixa de juros
A taxa de juros também sofreu alterações nesta nova fase do programa.
Para a Faixa 1, destinada a famílias com renda familiar bruta mensal de até R$ 2 mil, as taxas de juros variam de acordo com a condição de ser cotista do FGTS ou não. No Norte e Nordeste, as taxas são de 4% para cotistas do FGTS e 4,50% para não cotistas, enquanto no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, são de 4,25% para cotistas e 4,75% para não cotistas.
Para famílias com renda de R$ 2.000,01 a R$ 2.640, as taxas variam de 4,25% a 5%.
Para a Faixa 2, com renda familiar bruta mensal entre R$ 2.640,01 e R$ 4.400, as taxas de juros variam de 4,75% a 7%.
Para a Faixa 3, destinada a famílias com renda familiar bruta mensal de R$ 4.400,01 a R$ 8 mil, as taxas de juros são de 7,66% para cotistas do FGTS e 8,16% para não cotistas, aplicáveis em todo o país.
Isenção das prestações do Minha Casa Minha Vida
A isenção das prestações do financiamento, proporcionando moradia gratuita, é direcionada a um grupo específico. Cerca de 750 mil famílias que já estavam pagando as prestações devem se beneficiar dessa medida.
Os beneficiários do Bolsa Família ou do Benefício de Prestação Continuada (BPC), assim como os contratos subsidiados pelos fundos FAR (Fundo de Arrendamento Residencial), FDS (Fundo de Desenvolvimento Social) e PNHR (Programa Nacional de Habitação Rural), podem ser contemplados.
As mudanças no Minha Casa Minha Vida para 2024 tornam o processo mais acessível e favorável. Para aqueles com contratos ativos, basta aguardar uma análise automática do sistema para a concessão da isenção.
Além disso, para novos participantes, ao adquirir a moradia, também é possível se beneficiar, com um processo simplificado visando facilitar o acesso à casa própria.
O programa, que substitui o antigo Casa Verde e Amarela, apresenta um cenário positivo com um orçamento ampliado em 41%, totalizando R$ 13 bilhões.
Em 2024, o Minha Casa, Minha Vida concentra-se em disponibilizar 187,5 mil unidades habitacionais para famílias de baixa renda, priorizando mulheres chefes de família, vítimas de violência doméstica e grupos em situação de vulnerabilidade.