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A vacinação é uma das medidas mais eficazes para prevenir doenças, e no caso da dengue, uma preocupação constante em muitas regiões do Brasil, a imunização se torna ainda mais crucial.
Recentemente, surgiu o debate sobre a possibilidade de beneficiários do Bolsa Família receberem prioridade na vacinação contra a dengue, levantando questões importantes sobre equidade no acesso à saúde pública.
Neste contexto, é fundamental analisar os argumentos a favor e contra essa proposta, bem como compreender o impacto que tal medida poderia ter na proteção da população mais vulnerável.
Este texto explora essa discussão, destacando os diferentes pontos de vista e suas implicações.
Será concedida prioridade aos beneficiários do Bolsa Família?
Contudo, até o momento, não há qualquer indicação por parte do Ministério da Saúde de que os beneficiários do Bolsa Família receberão prioridade no processo de imunização.
Portanto, os rumores sugerindo tal privilégio para os usuários do programa são claramente infundados.
Conforme destacado em um recente relatório divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina contra a dengue, conhecida como Qdenga, é autorizada para pessoas com idade entre 4 e 60 anos, independentemente de serem ou não beneficiárias do Bolsa Família.
Prioridade serão as crianças
Na quinta-feira (8), o Ministério da Saúde deu início à distribuição das vacinas contra a dengue, com o objetivo de imunizar crianças com idades entre 10 e 11 anos. O lote inicial, conforme anunciado pela pasta, será destinado exclusivamente para essa faixa etária.
A previsão é que os 521 municípios selecionados para a realização da vacinação recebam as doses até a primeira quinzena de março, permitindo assim a imunização dessa faixa etária específica.
De acordo com o ministério, a vacinação será estendida para outras faixas etárias à medida que novas doses forem entregues pelo fabricante da vacina Qdenga, com o objetivo de abranger todo o público-alvo de 10 a 14 anos.
O primeiro lote conta com 712 mil doses, que serão distribuídas para 315 municípios localizados em diversos estados do país, como Goiás, Bahia, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amazonas, São Paulo, Maranhão e Distrito Federal.
Governo Federal trabalha para ampliar produção de vacina contra a dengue
O Brasil tornou-se pioneiro ao disponibilizar a vacina contra a dengue no sistema público de saúde, marcando um marco importante na saúde pública do país.
Aprovada para uso nacional pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023, essa conquista resultou em um processo ágil de incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Ministério da Saúde ainda no mesmo ano, especificamente em dezembro.
A decisão de incorporar a vacina foi analisada de maneira prioritária e em regime de urgência pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).
Após a aprovação, o Ministério da Saúde prontamente adquiriu todas as doses disponíveis do imunobiológico, com o objetivo de iniciar a vacinação o mais rápido possível. No entanto, a quantidade de doses está limitada à capacidade operacional e logística do fabricante.
Com base na capacidade limitada de produção da vacina pela farmacêutica, estima-se que aproximadamente 3,2 milhões de pessoas serão vacinadas ao longo do ano de 2024.
A primeira remessa, composta por cerca de 757 mil doses, chegou ao Brasil em 20 de janeiro, com previsão de mais 568 mil doses para o mês de fevereiro.
Além disso, o Ministério da Saúde já adquiriu mais 5,2 milhões de doses e contratou nove milhões de vacinas para o ano de 2025.
Recentemente, em uma reunião realizada no último sábado (3), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, buscou viabilizar uma parceria estratégica com o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com o intuito de aumentar a produção de vacinas contra a dengue no Brasil.
O objetivo é coordenar esforços para ampliar o acesso das vacinas Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda, e Butantan-DV, em desenvolvimento pelo Instituto Butantan, para toda a população brasileira.
Ambas as instituições demonstraram interesse em colaborar para acelerar a produção nacional de vacinas contra a dengue.
O que é a dengue?
A dengue é uma doença viral transmitida principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado. Ela é causada por quatro sorotipos diferentes do vírus da dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4).
A doença pode variar de uma forma leve, semelhante à gripe, a uma forma mais grave, conhecida como dengue grave, que pode ser potencialmente fatal.
Os sintomas da dengue incluem febre alta, dores de cabeça, dores musculares e articulares, dor atrás dos olhos, náuseas, vômitos, erupções cutâneas e cansaço extremo.
Em casos mais graves, a dengue pode levar a complicações sérias, como hemorragia grave, choque e falência de órgãos.
A prevenção da dengue envolve principalmente o controle do mosquito vetor, incluindo a eliminação de criadouros de mosquitos em torno das residências, o uso de repelentes e mosquiteiros, além da vacinação quando disponível.
O tratamento da dengue consiste principalmente em alívio dos sintomas e medidas de suporte, como hidratação adequada. Em casos graves, é necessário acompanhamento médico e tratamento hospitalar adequado.
Por que houve aumento nos casos este ano?
Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o aumento nos casos é atribuído a uma conjunção de fatores, incluindo o calor intenso e chuvas intensas, possíveis consequências do El Niño, além do ressurgimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus da doença no país.