Após meses de grande expectativa, o Supremo Tribunal Federal (STF) deliberou sobre o controverso recurso referente à Revisão da Vida Toda proposta pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
No entanto, o desfecho distanciou-se consideravelmente das esperanças da maioria dos aposentados e pensionistas.
Por uma votação de 7 a 4, a maioria dos juízes optou por revogar a decisão anteriormente tomada em dezembro de 2022, decidindo que a revisão da vida toda não se aplica mais em 2024.
Dessa forma, os segurados não devem contar com o aumento de suas aposentadorias com base no histórico completo de contribuições.
O desfecho final foi interpretado como uma conquista pela equipe econômica do governo federal, que fica isenta da preocupação com os aumentos nas aposentadorias, evitando impactos no orçamento. Por outro lado, para os aposentados, o resultado foi encarado como uma derrota.
O que é a Revisão da Vida Toda?
A Revisão da Vida Toda, também conhecida como “Revisão do Toda Vida”, é uma ação judicial que visa corrigir o cálculo da aposentadoria, levando em consideração todas as contribuições previdenciárias feitas ao longo da vida do segurado, inclusive aquelas anteriores à instituição do Plano Real em 1994.
Essa revisão busca incluir os salários de contribuição mais altos no cálculo do benefício, o que pode resultar em uma aposentadoria mais vantajosa para o segurado.
Voto de cada Ministro
Segue abaixo a lista de ministros que votaram contra a revisão da vida toda:
- Luís Roberto Barroso;
- Gilmar Mendes;
- Dias Toffoli;
- Luiz Fux;
- Flávio Dino;
- Cristiano Zanin;
- Kassio Nunes Marques.
Por outro lado, os ministros que votaram a favor do recurso do INSS e dos aposentados que buscavam o aumento foram:
- Alexandre de Moraes;
- André Mendonça;
- Edson Fachin;
- Cármen Lúcia.
Decisão foi tomada
Na noite de quinta-feira (21), os ministros do STF deliberaram sobre a constitucionalidade do artigo 3º da lei 9.876/99, que trata da revisão da vida toda.
Ao considerar o trecho constitucional, a maioria dos magistrados concluiu que a tese da revisão não se justificaria.
Com isso, os pagamentos das aposentadorias seguirão apenas as regras do fator previdenciário, conforme praticado pelo INSS até então.
O STF indica que o INSS agiu corretamente ao calcular as aposentadorias conforme essa regra, apesar dos potenciais prejuízos para milhares de aposentados.
Alguns especialistas criticaram a decisão do STF, argumentando que a ação não contestou a constitucionalidade do artigo 3º e destacando que o precedente da Suprema Corte sempre foi favorável ao direito do aposentado de optar pela regra mais vantajosa.
Por que isso é uma má notícia para os aposentados?
Essa decisão pode ser considerada uma má notícia para os aposentados porque limita a possibilidade de revisão de benefícios para considerar toda a vida contributiva do segurado.
Com a maioria dos ministros do STF considerando constitucional o artigo 3º da lei 9.876/99, que trata da revisão da vida toda, os aposentados perdem a chance de obter um possível aumento em suas aposentadorias com base em todo o período de contribuição, o que poderia resultar em benefícios mais vantajosos.
Em vez disso, os benefícios continuarão a ser calculados apenas com base nas regras do fator previdenciário, o que pode resultar em valores menores de aposentadoria.
Como os benefícios previdenciários serão calculados a partir de agora?
A partir de agora, os benefícios previdenciários continuarão a ser calculados com base nas regras do fator previdenciário, como vinha sendo feito até então.
Isso significa que o INSS seguirá utilizando o cálculo convencional para determinar o valor das aposentadorias, levando em consideração fatores como idade do segurado, tempo de contribuição e expectativa de vida.
Com a decisão do STF de considerar constitucional o artigo 3º da lei 9.876/99, que trata da revisão da vida toda, a possibilidade de revisão para considerar todo o período contributivo do segurado fica limitada, e os benefícios serão concedidos seguindo os parâmetros estabelecidos anteriormente.