Uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) está em vias de antecipar o pagamento do PIS/PASEP, originalmente programado apenas para 2025.
A proposta, se aprovada, impactará diretamente mais de 24 milhões de cidadãos. O governo federal, por sua vez, está tentando reverter essa decisão, mas o desfecho ainda está em aberto.
O pagamento do PIS/PASEP em 2025 estava previsto para contemplar aqueles que trabalharam e cumpriram os requisitos para o abono salarial em 2023.
Desde 2021, o governo federal adotou a prática de efetuar o pagamento dois anos após o trabalhador adquirir o direito ao benefício, mas essa dinâmica pode mudar em breve, caso a proposta seja aceita.
Esta mudança suscitou diversos debates e reflexões sobre as implicações e nuances envolvidas. Portanto, é importante compreender as nuances dessa proposta, pois ela tem o potencial de afetar significativamente a vida de milhões de brasileiros.
No texto a seguir, exploraremos detalhadamente os aspectos dessa proposta e suas possíveis consequências.
Novas regras para o pagamento do abono PIS/PASEP: entenda as mudanças
Como já mencionado inicialmente, em uma reviravolta no cenário do abono salarial PIS/PASEP, o governo de Jair Bolsonaro (PL) implementou significativas alterações em 2021.
Naquele momento, os fundos destinados a esse benefício foram redirecionados para um programa emergencial crucial: o BEm (Benefício Emergencial).
O BEm, concebido durante a crise pandêmica, desempenhou um papel vital ao preservar os empregos de milhões de trabalhadores.
Sob esse programa, o governo federal subsidiava metade do salário dos funcionários, aliviando o ônus financeiro das empresas e permitindo a manutenção dos postos de trabalho.
Entretanto, essa medida acarretou em uma mudança importante para aqueles que aguardavam o abono salarial naquele ano.
Anteriormente, o PIS/PASEP era concedido aos trabalhadores que haviam cumprido os requisitos no ano anterior, seguindo a lógica de um pagamento anual. Contudo, com as modificações implementadas, o panorama se redesenhou da seguinte forma:
- Até 2020: os trabalhadores recebiam o abono no ano subsequente ao cumprimento dos critérios estabelecidos para sua obtenção;
- Em 2021: não houve pagamento do abono salarial devido à realocação dos recursos para o BEm;
- A partir de 2022: o pagamento do abono salarial ocorre dois anos após o cumprimento dos requisitos estipulados.
Essa nova dinâmica de pagamento buscou equilibrar a necessidade de apoio emergencial durante crises como a pandemia, garantindo ao mesmo tempo a continuidade do acesso ao abono salarial para os trabalhadores elegíveis.
Logo, a medida se trata de uma adaptação às circunstâncias econômicas mutáveis, priorizando tanto a estabilidade do mercado de trabalho quanto o suporte financeiro aos trabalhadores brasileiros.
Todavia, com a economia se reestruturando o TCU está se posicionado para que o calendário de pagamentos seja reajustado e voltado ao padrão.
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Enfim, o Tribunal de Contas da União (TCU) está buscando a antecipação do PIS/PASEP para o ano de 2025.
Em uma deliberação realizada em março deste ano, o TCU aprovou a proposta de modificar a regra que estava em vigor até 2020. Segundo essa regra anterior, os trabalhadores teriam direito a receber o benefício um ano após o cumprimento dos requisitos estabelecidos.
Atualmente, o pagamento do abono salarial está contemplando os trabalhadores que atuaram no ano de 2022. Contudo, caso a proposta de antecipação do TCU seja efetivada, em 2025, além de beneficiar aqueles que trabalharam em 2023, o governo também deverá incluir os trabalhadores do ano de 2024 no pagamento.
Em resumo, caso a decisão do TCU seja implementada, o governo federal será obrigado a realizar o pagamento de duas folhas do abono salarial no próximo ano.
Entretanto, o governo recorreu da decisão do Tribunal, demonstrando discordância com a proposta de antecipação do benefício.
“A inclusão de mais de R$ 30 bilhões de despesas obrigatórias relativas ao abono salarial na LOA de 2025 ocasionará em redução de igual montante nas despesas discricionárias. Tal compressão de despesas discricionárias poderá gerar o sub-financiamento do custeio dos órgãos e entidades da administração pública, inclusive no corte de importantes programas sociais (…)”. Nota da Secretaria de Orçamento Federal (SOF).
Por fim, vale ainda pontuar que o valor a ser recebido pelo PIS/PASEP em 2025 será reajustado no início do ano.
Isso ocorre em consonância com o reajuste anual do salário mínimo, que no caso desse benefício trabalhista define o teto do abono salarial, bem como os valores proporcionais aos meses trabalhados no ano-base.