O projeto piloto de “tokenização” (digitalização) do real, o chamado Drex, promovido pelo Banco Central (BC) teve a sua conclusão atrasada e seguirá realizando os testes de privacidade previstos para acabar agora.
Então, segue em sua segunda fase com foco na implementação de outras funcionalidades na rede.
A saber, a nova fase começa em julho e durará até o fim do primeiro semestre de 2025.
Nova etapa do Drex
Em resumo, a próxima fase buscará incorporar novas funcionalidades, como a implementação de contratos inteligentes dentro das plataformas, de modo que as próprias instituições privadas participantes do projeto poderão criar serviços e modelos de negócios na rede, sem se limitarem àqueles desenhados pelo próprio BC.
Com isso, a autoridade monetária poderá avaliar casos de uso para o Drex propostos pelos participantes do mercado.
Ainda mais, o BC receberá ao longo do terceiro trimestre novas propostas de candidatura de entidades interessadas em participar do projeto.
Fabio Araujo, coordenador do Drex, disse que uma vez definido o padrão de governança e a plataforma do real digital, haverá abertura para participação de novos proponentes.
Justificativa no atraso
Em nota, o BC reconheceu que o atraso no cronograma do Drex ocorreu porque as soluções tecnológicas para garantir a privacidade das transações na infraestrutura de pagamentos na rede do real digital “não apresentaram a maturidade necessária para que se possa garantir o atendimento de todos os requisitos jurídicos relacionados à preservação da privacidade dos cidadãos”.
Por não ter chegado ao nível de maturidade necessária, a segunda fase de testes será realizada para promover a “evolução e a maturação da plataforma“, de acordo com o BC.
Sendo assim, a incorporação da população nos testes do piloto “somente será realizada quando houver segurança sobre a capacidade de se atender aos requisitos de privacidade”, informou o Banco Central.
O Bolsa Família vai usar o Drex?
Uma das aplicações de uso mais significativas do Drex poderia ser no pagamento de programas de assistência social, tal como o Bolsa Família.
A princípio, a ideia é utilizar essa moeda virtual para facilitar e agilizar as transações, promovendo maior eficiência e redução de custos operacionais.
No entanto, antes de uma implementação em larga escala, o Banco Central considera essencial realizar testes limitados para garantir a segurança e a eficácia desse método de pagamento.
Desse modo, haverá um teste com um grupo reduzido, incluindo apenas 5% dos beneficiários do Bolsa Família. Somente após esse resultado é que se avaliará a ampliação dos testes com um grupo maior.