O Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, apresentou uma proposta de lei inovadora destinada a simplificar o processo de saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
A medida busca beneficiar, principalmente, os trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário, modalidade que permite a retirada anual de até 50% do saldo do FGTS, mas que atualmente impede o saque integral do fundo em caso de demissão sem justa causa.
É importante entender que, hoje, ao aderir ao saque-aniversário, o trabalhador pode retirar uma parcela do saldo do FGTS uma vez por ano, de acordo com um percentual que varia conforme o valor total disponível na conta.
Entretanto, essa escolha traz uma limitação significativa: se o trabalhador for demitido sem justa causa, ele não poderá sacar o saldo integral do FGTS, tendo direito apenas à multa indenizatória de 40% sobre o valor depositado pelo empregador.
Nesse contexto, a proposta de Luiz Marinho busca corrigir essa restrição, permitindo que os trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário também tenham acesso ao saldo integral do FGTS em caso de demissão sem justa causa.
Se aprovada, a nova legislação representará uma significativa transformação nas regras do FGTS, tornando-as mais justas e benéficas para os trabalhadores brasileiros.
Acompanhe o desenvolvimento desta proposta e confira abaixo todas as informações detalhadas sobre a medida.
Projeto de Lei propõe mudanças no saque do FGTS
Desde que assumiu o cargo como Ministro do Trabalho, Luiz Marinho tem expressado insatisfação com as regras vigentes do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Em resposta a essa insatisfação, ele, juntamente com outros membros do governo, elaborou um projeto de lei que visa alterar significativamente o funcionamento desse benefício.
A proposta, que ainda aguarda julgamento no Congresso Nacional, apresenta as seguintes mudanças principais:
- Saque para demitidos sem justa causa:
Trabalhadores demitidos sem justa causa poderão sacar o saldo do FGTS, mesmo que estejam em período de carência de dois anos, que atualmente impede a troca para o saque-rescisão. Isso proporciona uma maior segurança financeira para os trabalhadores que perdem seus empregos inesperadamente.
- Empréstimo consignado com saldo do FGTS:
A criação de uma modalidade de empréstimo consignado onde o saldo depositado mensalmente na conta do FGTS do trabalhador será utilizado para o pagamento das parcelas.
Busca-se, dessa forma oferecer uma alternativa de crédito com menores taxas de juros, utilizando o FGTS como garantia.
Vale ressaltar que, a proposta ainda está em fase de avaliação, e sua aprovação dependerá da análise e votação pelos parlamentares no Congresso Nacional, porém, a expectativa é que, se aprovada, a lei entre em vigor ainda este ano.
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Razões por trás da proposta de alteração do saque-aniversário pelo Governo
A implementação do saque-aniversário do FGTS durante a administração de Jair Bolsonaro (PL) foi inicialmente apresentada como uma medida destinada a impulsionar a economia nacional diante da crise causada pela pandemia no país.
Contudo, desde o ano passado, o ministro do Trabalho tem defendido a necessidade de revisão das regras associadas a essa modalidade. As justificativas para essa revisão incluem:
- Frequência do saque: uma das principais preocupações é a prática de liberar o saldo do fundo de garantia apenas uma vez por ano para o trabalhador. Esta restrição pode limitar a capacidade dos beneficiários de acessarem recursos quando mais necessitam, afetando sua estabilidade financeira ao longo do ano.
- Antecipação das parcelas: a possibilidade de antecipar as parcelas do saque-aniversário através de empréstimos tem sido objeto de críticas. Essa prática pode resultar em uma diminuição significativa do saldo disponível para o trabalhador, comprometendo sua segurança financeira a longo prazo;
- Carência para alteração: outro ponto de discordância é o período de carência de dois anos estabelecido para aqueles que desejam optar pelo saque-rescisão em detrimento do saque-aniversário. Da mesma forma, essa exigência pode restringir a liberdade do trabalhador de escolher o modelo mais adequado às suas necessidades financeiras e situação de vida.
Enfim, diante dessas considerações, o governo tem buscado debater e revisar as políticas relacionadas ao saque-aniversário do FGTS, buscando garantir uma abordagem mais equilibrada e justa para todos os trabalhadores.