No Brasil, mais de 11 milhões de mulheres enfrentam desafios ao criar seus filhos sozinhas. Essa realidade impulsionou debates significativos entre instituições e autoridades públicas, resultando em iniciativas que visam oferecer um suporte mais direcionado às necessidades dessas mães.
Nesse contexto, surge o Auxílio Mãe Solteira, uma proposta legislativa que tem gerado esperança e expectativa entre as mulheres sobrecarregadas com os encargos financeiros e os cuidados familiares. Veja todos detalhes desse projeto, esclarecendo seu funcionamento e os requisitos necessários para sua implementação.
O que é o Auxílio Mãe Solteira?
O Auxílio Mãe Solteira é um projeto de lei (PL n. 2099/2020) que propõe um repasse mensal de R$ 1.200 para mulheres que sejam provedoras únicas de seus lares, sem a presença de um companheiro ou cônjuge que possa contribuir com as despesas e responsabilidades domésticas.
A intenção por trás dessa iniciativa é proporcionar um alívio financeiro substancial para essas mães, permitindo que elas invistam na educação, saúde e desenvolvimento adequado de seus filhos. Ao combater a pobreza e promover uma melhor qualidade de vida para essas famílias, o Auxílio Mãe Solteira busca garantir um futuro mais promissor para as crianças brasileiras.
Auxílio Mãe Solteira está ativo?
É importante não confundir o Auxílio Mãe Solteira com outros programas sociais existentes no Brasil. Ele ainda não foi implementado e se destina especificamente a mulheres de baixa renda que criam seus filhos sozinhas.
Requisitos para Receber o Auxílio Mãe Solteira
De acordo com a proposta inicial do projeto de lei, algumas condições devem ser atendidas pelas mulheres para serem elegíveis ao Auxílio Mãe Solteira:
- Ter idade superior a 18 anos.
- Não possuir emprego formal ativo, embora possa exercer atividades como autônoma, microempreendedora individual (MEI), empregada ou trabalhadora informal.
- Não ser titular de benefícios assistenciais ou previdenciários, como seguro-desemprego ou Bolsa Família.
- Possuir renda familiar mensal por pessoa de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos.
- Estar inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
No entanto, é importante ressaltar que, por se tratar de um projeto de lei ainda em tramitação, esses requisitos podem sofrer alterações durante o processo legislativo. Portanto, é fundamental acompanhar as atualizações para obter informações precisas sobre o perfil das mulheres que terão direito a receber o auxílio.
Opção de Troca: Auxílio Mãe Solteira ou Bolsa Família
Para aquelas mulheres que já estejam recebendo o Bolsa Família, mas percebam que o Auxílio Mãe Solteira seria mais vantajoso para suas famílias, haverá a possibilidade de solicitar a troca de um benefício pelo outro. Nesse caso, o Bolsa Família ficará suspenso (e não cancelado) durante o período em que o Auxílio Mãe Solteira estiver sendo recebido.
Situação Atual do Projeto de Lei do Auxílio Mãe Solteira
Atualmente, o Auxílio Mãe Solteira ainda é um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados. Proposto em 2020, ele foi aprovado no ano seguinte pela Comissão da Defesa dos Direitos da Mulher.
Em 21 de maio de 2024, o PL teve sua última movimentação e se encontra na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, aguardando parecer. Após essa etapa, ainda deverá passar por mais duas comissões antes de ser votado pelos parlamentares:
- Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania
- Comissão de Finanças e Tributação
Benefícios Existentes para Mães Solteiras no Brasil
Enquanto o Auxílio Mãe Solteira ainda não é uma realidade, outras iniciativas sociais voltadas para famílias de baixa renda podem beneficiar as mães que criam seus filhos sozinhas. O principal deles é o Bolsa Família, que, desde 2023, passou a conceder benefícios adicionais ao valor-base pago mensalmente.
Além do repasse de R$ 600, as famílias com crianças de até 6 anos recebem o Benefício Primeira Infância, um adicional mensal de R$ 150 por criança. Gestantes também têm direito a um extra de R$ 50, enquanto famílias com filhos de 7 a 18 anos recebem um repasse de R$ 50 por criança nessa faixa etária.
Dessa forma, o Bolsa Família pode chegar a R$ 900 por grupo familiar, considerando esses valores adicionais. O objetivo é auxiliar as famílias no custeio de necessidades básicas, como alimentação e saúde, além de promover o desenvolvimento infantil e juvenil.
Para receber o Bolsa Família, as famílias devem estar inscritas no CadÚnico e ter renda familiar igual ou menor que R$ 218 por pessoa que vive na mesma casa. No entanto, o acesso ao programa não é automático, sendo necessário aguardar um período de análise do sistema após a inscrição.