As projeções governamentais apontam que os ajustes no salário mínimo e nos benefícios previdenciários terão um impacto considerável nas finanças públicas em 2025. Estima-se que esses ajustes totalizem R$ 51,2 bilhões, o que representa aproximadamente 20% do déficit previsto para a Previdência Social.
Essa perspectiva está detalhada no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 (PLN 3/24). Continue lendo para obter mais informações sobre o assunto.
O que é a LDO?
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é responsável por estabelecer as diretrizes para a elaboração e execução do Orçamento da União. Para o ano de 2025, a LDO engloba as previsões de reajuste do salário mínimo e dos benefícios previdenciários.
O salário mínimo desempenha um papel crucial como referência para os benefícios da Previdência Social, assim como para o seguro-desemprego e o abono salarial do PIS/Pasep.
Por sua vez, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) é o parâmetro utilizado para a correção dos benefícios previdenciários que estão acima de 1 salário mínimo.
Projeção do Salário Mínimo e Despesas da Previdência Social
De acordo com as estimativas do governo, o salário mínimo está previsto para aumentar de R$ 1.412,00 para R$ 1.502,00 em 2025.
Esse ajuste se baseia em um Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado de 3,35% até novembro de 2024, aliado a um crescimento econômico projetado em 2,9% para o ano de 2023.
Além disso, nos anexos do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o governo apresenta uma projeção das despesas da Previdência Social para os próximos anos. Sob as regras atuais e considerando o envelhecimento da população, observa-se uma redução das despesas em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) até o ano de 2028.
No entanto, a partir de 2029, prevê-se um aumento dessas despesas, resultando em um déficit que passaria de 2,32% do PIB em 2024 (equivalente a R$ 268,2 bilhões) para 10,11% em 2100.
Estrutura Fiscal
Uma alteração significativa na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 em comparação às versões anteriores é a introdução de uma disposição referente ao novo arcabouço fiscal.
Essa disposição assegura que uma parcela mínima de recursos essenciais para o funcionamento do aparato estatal não será sujeita a contingenciamento. Esse percentual corresponde a 75% das despesas não obrigatórias autorizadas na lei orçamentária.
Em termos simples, esse montante não pode ser contingenciado com o intuito de alcançar a meta de resultado primário, que, para o ano de 2025, é o equilíbrio entre receitas e despesas.
Revisão da Meta Fiscal
Em relação à revisão dos objetivos fiscais proposta pelo governo no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, que reduz a meta de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para equilíbrio fiscal, os consultores consideram essa decisão realista.
Uma meta de resultado primário menos ambiciosa indica uma abordagem mais cautelosa para promover a estabilização da trajetória da dívida pública.
Por outro lado, um resultado primário mais robusto requereria um maior esforço de arrecadação, considerando a complexidade de reduzir os gastos obrigatórios.
À medida que a LDO de 2025 entrar em vigor, o governo enfrentará o desafio de equilibrar as demandas fiscais com a necessidade de garantir os benefícios sociais e os investimentos essenciais.
Por que o governo optou por diminuir a meta de superávit na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025?
A decisão de reduzir a meta de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para alcançar o equilíbrio fiscal foi avaliada como realista pelos consultores. Isso se deve ao fato de que uma meta mais ambiciosa exigiria um esforço de arrecadação mais significativo e poderia impactar os investimentos em áreas discricionárias.
O que é o novo arcabouço fiscal incluído na LDO de 2025?
O novo arcabouço fiscal incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 é um conjunto de disposições que estabelecem regras e diretrizes para a gestão das finanças públicas.
Uma das principais características desse arcabouço é a garantia de não contingenciamento de uma parcela mínima dos recursos destinados ao funcionamento da máquina pública.
Essa disposição estabelece que 75% das despesas não obrigatórias autorizadas na lei orçamentária não poderão ser contingenciadas.
Em outras palavras, esse montante não poderá ser bloqueado para cumprir a meta de resultado primário estabelecida para o ano fiscal.
Essa medida visa proporcionar maior estabilidade e previsibilidade ao processo orçamentário, garantindo que uma parte significativa dos recursos destinados a áreas não obrigatórias não seja sujeita a cortes, contribuindo para a continuidade e eficácia das políticas públicas.
Como é calculado o valor do salário mínimo para 2025?
O valor do salário mínimo para 2025 é calculado levando em consideração diversos fatores econômicos e sociais. Geralmente, o processo de cálculo envolve os seguintes passos:
- Índice de Preços: Uma das principais referências para o reajuste do salário mínimo é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação dos preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias com renda de um a cinco salários mínimos. Esse índice é utilizado para ajustar o salário mínimo de acordo com a inflação do período.
- Crescimento Econômico: O crescimento econômico do país também influencia o cálculo do salário mínimo. Geralmente, o governo considera as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para determinar se haverá aumento real (acima da inflação) no salário mínimo.
- Política de Valorização: Em alguns casos, o governo estabelece uma política de valorização do salário mínimo, que pode incluir regras específicas para o reajuste anual. Por exemplo, no Brasil, houve um período em que o reajuste do salário mínimo era calculado com base na variação do PIB e da inflação.
- Negociações Sociais: Em alguns países, as centrais sindicais e outros grupos sociais podem participar de negociações para determinar o valor do salário mínimo, buscando garantir um aumento que reflita as necessidades dos trabalhadores.
Com base nessas variáveis e em outras informações econômicas disponíveis, o governo realiza estudos e análises para definir o valor do salário mínimo para o próximo ano, visando garantir um equilíbrio entre o poder de compra dos trabalhadores e a sustentabilidade fiscal.