O setor imobiliário brasileiro tem testemunhado um crescimento notável nos últimos meses, impulsionado pelo renovado programa Minha Casa, Minha Vida.
Após uma repaginação pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva em julho de 2023, o programa social experimentou um aumento impressionante de 65,9% nos lançamentos residenciais no primeiro semestre de 2024, superando o crescimento de apenas 5,7% observado no restante do mercado imobiliário.
O Domínio do Minha Casa, Minha Vida
Esses números é um indicador claro do impacto transformador que o Minha Casa, Minha Vida está exercendo no cenário habitacional brasileiro. No segundo trimestre de 2024, 58% dos empreendimentos verticais vendidos não pertenciam ao programa social, enquanto este último representou 42% das vendas. Isso indica que, embora o programa social tenha mostrado um crescimento significativo em termos de lançamentos, a maior parte das vendas de empreendimentos verticais ainda foi composta por imóveis fora do programa.
Ao todo, foram lançadas 83.930 unidades no período, das quais 44.764 pertenciam ao Minha Casa, Minha Vida. Essa participação majoritária representa um aumento de 70% na contribuição do programa nos lançamentos imobiliários em apenas um ano, evidenciando sua crescente relevância.
Distribuição Regional do Minha Casa, Minha Vida
O Minha Casa, Minha Vida segue o setor imobiliário, priorizando a região Sudeste, onde se concentra menor desenvolvimento habitacional do Brasil.
No segundo trimestre de 2024, 61,8% dos lançamentos do programa ocorreram no Sudeste, enquanto regiões como o Nordeste (14,2%), Sul (13,4%), Norte (6,2%) e Centro-Oeste (4,3%) receberam uma parcela menor dos investimentos.
Resultado Regional do Minha Casa, Minha Vida
O Minha Casa, Minha Vida tem desempenhado um papel importante em algumas regiões. No Norte, 86% dos imóveis registrados no segundo trimestre de 2024 foram através do programa social, enquanto o restante do mercado representou apenas 14% dos lançamentos na região.
No Sudeste, a proporção é de 60% para o Minha Casa, Minha Vida e 40% para o restante do mercado. Já no Nordeste, a divisão é de 53% para outros padrões e 47% para o programa social. No Centro-Oeste e Sul, a proporção é de 61% para outros padrões e 39% para o Minha Casa, Minha Vida, respectivamente.
Perspectivas Futuras do Minha Casa, Minha Vida
Celso Petrucci, conselheiro da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), acredita que haverá uma participação ainda maior do Minha Casa, Minha Vida nos lançamentos das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul a partir do próximo trimestre.
Essa expectativa é reforçada pelo incremento de R$ 23 bilhões no orçamento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) neste ano, o que estimulará o desenvolvimento de mais empreendimentos enquadrados no programa social.
Aquecimento das Vendas no Minha Casa, Minha Vida
O mercado imobiliário tem crescido nas vendas. Nos últimos seis meses de 2024, as vendas no setor imobiliário subiram 15,2% em relação ao ano passado. No Minha Casa, Minha Vida, esse aumento foi ainda mais expressivo, atingindo 37,4%.
Apesar de o programa ter aumentado sua participação nos lançamentos imobiliários, a oferta final de empreendimentos no setor imobiliário reduziu em todas as regiões do país. Isso ocorreu porque o crescimento das vendas totais no setor foi superior ao crescimento dos lançamentos, com uma diferença de 5,7%. Como resultado, a quantidade de unidades disponíveis no mercado caiu, totalizando 274.303 unidades em comparação com 309.789 unidades no mesmo período do ano anterior. Essa redução na oferta pode refletir uma absorção mais rápida dos imóveis lançados e uma possível diminuição na quantidade de novos empreendimentos introduzidos no mercado.
Por outro lado, no Minha Casa, Minha Vida, a alta nas vendas foi menor que nos lançamentos, resultando em um aumento de 5,6% na oferta final de novos empreendimentos do programa.
Vendas do Minha Casa, Minha Vida
Apesar da participação significativa do Minha Casa, Minha Vida nos lançamentos, sua contribuição nas vendas ainda é menor. No programa Minha Casa, Minha Vida, embora tenha havido um crescimento nas vendas, esse aumento foi inferior ao ritmo de novos lançamentos. Como resultado, a oferta final de novos empreendimentos do programa subiu 5,6%.
No entanto, um novo decreto do Ministério das Cidades pode impulsionar as vendas de novos empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida.
O novo decreto do Ministério das Cidades visa reverter a tendência de financiamento de imóveis usados na faixa 3 do programa Minha Casa, Minha Vida. Ao reduzir o valor máximo de venda de imóveis usados de R$ 350 mil para R$ 270 mil, o governo pretende estimular a compra de imóveis novos, como os em construção ou recém-construídos, que têm um impacto positivo maior na geração de empregos.
Elson Póvoa, representante da CNI no conselho do FGTS, destacou que a crescente aplicação do fundo em imóveis usados, que atingiu 32% em 2024, tem prejudicado o financiamento de novos empreendimentos. O decreto, portanto, busca redirecionar os recursos do FGTS para áreas que promovam mais desenvolvimento econômico e criem mais oportunidades de trabalho.