O Auxílio-Doença é um benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) destinado aos trabalhadores que ficam temporariamente incapacitados para o trabalho devido a doenças ou acidentes.
Para a maioria das doenças, o segurado precisa cumprir uma carência de 12 meses de contribuições ao INSS antes de poder solicitar o benefício. No entanto, existem algumas exceções. Sendo assim, vamos explorar as doenças que não exigem carência, proporcionando uma visão clara para quem precisa recorrer a esse auxílio.
O que é Carência no Auxílio-Doença?
Antes de tudo, carência é o número mínimo de contribuições mensais que o segurado deve ter feito ao INSS para ter direito a determinados benefícios, como o Auxílio-Doença. Normalmente, a carência para este benefício é de 12 contribuições mensais. Isso significa que, para a maioria das doenças, é necessário estar contribuindo por pelo menos um ano para poder requerer o Auxílio-Doença.
Contudo, há situações em que o segurado pode estar isento dessa carência. Isso ocorre em casos de doenças graves, específicas na legislação, em que a incapacidade de trabalhar é reconhecida sem a exigência desse período mínimo de contribuições.
Quais Doenças Não Exigem Carência?
De acordo com a legislação vigente, existem algumas doenças que dispensam a carência para a concessão do Auxílio-Doença. Veja abaixo a lista das principais:
- Tuberculose Ativa: Uma doença infecciosa e grave, que afeta principalmente os pulmões, mas que pode também acometer outras partes do corpo.
- Hansenísase (Lepra): Uma doença crônica e infecciosa que afeta principalmente a pele e os nervos periféricos, causando danos consideráveis ao longo do tempo se não for tratada adequadamente.
- Alienação Mental: Refere-se a transtornos mentais graves, como esquizofrenia, transtorno bipolar severo, entre outros, que incapacitam o indivíduo de exercer suas atividades laborativas.
- Neoplasia Maligna (Câncer): Qualquer tipo de câncer pode dispensar a carência, desde que comprovada a incapacidade para o trabalho em função do tratamento ou da gravidade da doença.
- Cegueira: A perda total ou parcial da visão, em um ou ambos os olhos, pode levar à isenção da carência, dependendo da avaliação médica.
- Paralisia Irreversível e Incapacitante: Seja qual for a causa, a paralisia que impede o exercício de atividades laborais garante o direito ao Auxílio-Doença sem a necessidade de cumprir a carência.
- Cardiopatia Grave: Doenças cardíacas severas, como insuficiência cardíaca grave, doenças coronarianas avançadas, entre outras, que impossibilitem o segurado de trabalhar.
- Doença de Parkinson: Um distúrbio neurológico progressivo que afeta o movimento, podendo também causar problemas cognitivos e de coordenação.
- Espondiloartrose Anquilosante: Uma doença inflamatória crônica que afeta principalmente a coluna vertebral, causando dor e rigidez.
- Nefropatia Grave: Doenças graves nos rins, como insuficiência renal crônica, que comprometem severamente a saúde do indivíduo.
- Estado Avançado da Doença de Paget (Osteíte Deformante): Uma doença que afeta o metabolismo ósseo, resultando em ossos frágeis e deformados.
- AIDS: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida é outra doença que, ao ser diagnosticada e incapacitar o segurado, não exige carência para a concessão do benefício.
Como Solicitar o Auxílio-Doença sem Carência?
Se você foi diagnosticado com uma das doenças listadas e está incapacitado para o trabalho, pode solicitar o Auxílio-Doença mesmo sem ter cumprido a carência de 12 meses. O primeiro passo é agendar uma perícia médica no INSS, onde será avaliada a sua condição de saúde e a incapacidade para o trabalho.
Além da perícia, é fundamental apresentar todos os laudos, atestados e exames médicos que comprovem a gravidade da doença e a sua incapacidade de trabalhar. Lembre-se de que a decisão sobre a concessão do benefício cabe ao médico perito do INSS, que avaliará a sua situação.
Dicas para Facilitar o Processo
- Tenha Documentação Completa: Reúna todos os documentos médicos necessários, incluindo laudos, atestados e exames. Quanto mais detalhado for o histórico médico, maior a chance de sucesso no pedido.
- Agende a Perícia com Antecedência: Não espere até o último momento para agendar a perícia. Quanto antes você fizer isso, mais rápido poderá receber o benefício, caso seja aprovado.
- Mantenha-se Informado: As regras do INSS podem mudar, então é importante estar sempre atualizado sobre os seus direitos.
- Busque Orientação Profissional: Em casos complexos, pode ser útil buscar a ajuda de um advogado especializado em direito previdenciário para auxiliar no processo.
Se você ou alguém que você conhece está passando por essa situação, não hesite em procurar o INSS para mais informações e, se necessário, iniciar o processo de solicitação do Auxílio-Doença.
Acima de tudo, lembre-se, o INSS está à disposição para esclarecer dúvidas e orientar sobre os procedimentos necessários. Garanta seus direitos e cuide da sua saúde sem preocupações adicionais!