Os planos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para economizar em 2025 incluem cortes significativos no orçamento do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC). A meta é economizar R$ 26 bilhões, uma quantia que deve ser alcançada por meio da redução dos gastos com programas sociais.
Bolsa Família: impacto no maior programa social do Brasil
Primeiramente, o Bolsa Família, o maior programa social do Brasil, atende 20,76 milhões de famílias, fornecendo um mínimo de R$ 600 por mês para garantir acesso a necessidades básicas como alimentação, saúde e moradia. Grupos que incluem crianças, jovens e gestantes recebem benefícios adicionais, podendo totalizar até R$ 1 mil mensais. Esses recursos são essenciais para que muitas famílias mantenham um padrão mínimo de dignidade.
No entanto, o governo Lula decidiu reduzir o orçamento do programa para 2024. Ao contrário do BPC, o corte no Bolsa Família não será resultado de uma revisão de cadastros, uma vez que essa atualização já foi realizada em 2023. Em vez disso, a redução ocorrerá por meio da diminuição dos recursos destinados ao programa, retornando ao patamar de 2023, quando foram reservados R$ 166,3 bilhões para a ação social.
Em 2024, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) havia aumentado o orçamento para R$ 168,6 bilhões, permitindo a inclusão de novas famílias no programa. Com o corte, o governo deve reduzir o número de beneficiários, o que pode gerar uma nova fila de espera para aqueles que precisam do auxílio.
INSS e BPC: Revisão de benefícios e redução de custos
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também está no centro das ações de corte do governo. O INSS funciona como uma espécie de seguro, onde trabalhadores contribuem mensalmente para ter acesso a benefícios em situações específicas. No entanto, o BPC, embora pago pelo INSS, não exige contribuição, sendo um benefício assistencial.
A meta do governo é reduzir em R$ 10 bilhões os pagamentos indevidos realizados pelo INSS. Para alcançar essa economia, o governo iniciou em 2023 um processo de revisão dos benefícios pagos. Dos R$ 25,9 bilhões em cortes previstos para 2025, R$ 6,4 bilhões virão do BPC e R$ 10,5 bilhões de outros benefícios do INSS.
As principais medidas tomadas pelo governo incluem:
- Atualização do Cadastro Único: Beneficiários do BPC com cadastros desatualizados há mais de 48 meses, ou que nunca se inscreveram, serão convocados para atualização.
- Revisão de Auxílio-Doença: Aqueles que recebem auxílio-doença há mais de dois anos sem renovação da perícia médica serão chamados para reavaliação.
- Modernização do Atestmed: O sistema de perícia médica será digitalizado, substituindo a perícia presencial, o que deve agilizar o processo e evitar o acúmulo de pagamentos atrasados.
Desafios futuros para o INSS
O governo está preocupado com o crescimento da população idosa no Brasil, o que aumenta a demanda por aposentadorias e outros benefícios do INSS. Com menos jovens contribuindo para o sistema, a sustentabilidade financeira do INSS está em risco. Por isso, o governo está intensificando a fiscalização e a revisão dos benefícios para garantir que apenas aqueles que realmente têm direito recebam.
Outros cortes no orçamento de 2025
Além dos cortes no Bolsa Família, BPC e INSS, outros programas e setores também enfrentarão redução de despesas em 2025. Essa estratégia faz parte das medidas do governo para equilibrar as contas públicas e cumprir as metas fiscais nos próximos anos.
Entre as áreas afetadas pelos cortes estão:
- BPC / Cadastro Único desatualizado: R$ 4,3 bilhões
- BPC / Reavaliação Pericial: R$ 2,1 bilhões
- INSS / Atestmed: R$ 6,2 bilhões
- INSS / Medidas Cautelares e Administrativas: R$ 1,1 bilhão
- Reavaliação de Benefícios por Incapacidade: R$ 3,2 bilhões
- Bolsa Família: R$ 2,3 bilhões
- Pessoal: R$ 2 bilhões
- Proagro: R$ 3,7 bilhões
- Seguro-Defeso: R$ 1,1 bilhão
Esses cortes visam cumprir as metas de economia e garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal nos próximos anos. Contudo, o impacto dessas reduções será sentido diretamente pelos beneficiários dos programas sociais e por outros setores que dependem do orçamento público.