Recentemente, um estudo conduzido pela FGV-Ibre revelou as profissões com os melhores salários no Brasil. O estudo, que se baseia em dados do IBGE do segundo trimestre de 2024, destaca a conexão entre a escolaridade e a remuneração, bem como o efeito da formação no mercado laboral.
1. Importância da educação na remuneração
O estudo ressalta que o grau de instrução é um elemento fundamental para assegurar melhores salários. Em média, profissionais com graduação completa ganham quatro vezes mais do que aqueles com menos de um ano de estudo e duas vezes mais do que aqueles com apenas o ensino médio. Além disso, o estudo indica que profissionais mais qualificados enfrentam menores taxas de desemprego, com apenas 3,8%, comparado aos 9,2% entre os que possuem ensino médio completo.
Essa diferença de remuneração está diretamente relacionada à complexidade e especialização exigidas por algumas profissões. O relatório ressalta a importância de investir na educação e formação profissional para obter melhores oportunidades financeiras no mercado.
2. Profissões com melhores salários no Brasil
O estudo desvendou as 15 profissões com os salários mais altos no Brasil, com médicos especialistas na liderança, seguidos por matemáticos, atuários e estatísticos. A relação das carreiras que oferecem os melhores salários no Brasil engloba:
- Médicos especialistas – R$ 18.475
- Matemáticos, atuários e estatísticos – R$ 16.568
- Médicos gerais – R$ 11.022
- Geólogos e geofísicos – R$ 10.011
- Engenheiros mecânicos – R$ 9.881
- Desenvolvedores de programas e aplicativos – R$ 9.210
- Engenheiros industriais e de produção – R$ 8.849
- Economistas – R$ 8.645
- Engenheiros eletricistas – R$ 8.422
- Engenheiros de minas, metalúrgicos e afins – R$ 7.877
- Engenheiros civis – R$ 7.538
- Desenhistas e administradores de bases de dados – R$ 7.301
- Advogados e juristas – R$ 7.237
- Engenheiros químicos – R$ 7.161
- Analistas de sistemas – R$ 7.005
Essas profissões destacam-se por sua alta demanda de qualificação e especialização. Profissionais de tecnologia, como desenvolvedores de programas e aplicativos, têm experimentado um crescimento expressivo, com um aumento de 39% nos salários nos últimos anos. Esse setor está em constante expansão e tem uma influência crescente no mercado de trabalho global.
3. Redução de salários em algumas profissões
Embora algumas profissões tenham conseguido aumentar seus rendimentos, outras, como a medicina, enfrentaram quedas significativas. Médicos especialistas, por exemplo, tiveram uma redução de 13% em seus ganhos desde 2012. Essas variações nos rendimentos são atribuídas a diversos fatores, incluindo mudanças na demanda do mercado e políticas de saúde pública.
4. Profissões com Menores Salários no Brasil
No lado oposto, profissionais da área da educação aparecem entre os menos remunerados. Professores do ensino pré-escolar, por exemplo, têm um rendimento médio de apenas R$ 2.285. A lista dos profissionais com os menores salários inclui:
- Professores do ensino pré-escolar – R$ 2.285
- Outros profissionais de ensino – R$ 2.554
- Outros professores de artes – R$ 2.629
- Físicos e astrônomos – R$ 3.000
- Assistentes sociais – R$ 3.078
- Bibliotecários, documentaristas e afins – R$ 3.135
- Educadores para necessidades especiais – R$ 3.379
- Profissionais de relações públicas – R$ 3.426
- Fonoaudiólogos e logopedistas – R$ 3.485
- Professores do ensino fundamental – R$ 3.554
Apesar do baixo valor médio, algumas áreas da educação, como professores para necessidades especiais, tiveram um aumento de 14% nos últimos anos, enquanto professores de artes enfrentaram uma redução drástica de 45%.
5. A importância da qualificação e valorização profissional
Os dados da pesquisa ressaltam a importância de investir em educação e qualificação profissional para alcançar melhores oportunidades no mercado de trabalho brasileiro. Profissões altamente especializadas e técnicas, especialmente na área da saúde e tecnologia, tendem a oferecer os melhores salários. No entanto, o estudo também traz à tona a necessidade de políticas públicas que incentivem a valorização de áreas essenciais, como a educação, que apresenta os menores rendimentos.
Em suma, a pesquisa evidencia como o mercado de trabalho brasileiro ainda está amplamente dependente da qualificação, com algumas áreas apresentando um descompasso entre a importância do serviço prestado e a remuneração oferecida.