Em 2024, muitos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) se depararam com uma surpresa desagradável: o 13º salário não foi pago. Este benefício, que representa um importante auxílio financeiro para idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade, costuma ser uma fonte extra de renda para as famílias, especialmente em um final de ano. Contudo, a ausência do bônus deixou muitos sem saber ao certo o motivo da mudança.
O BPC, conforme a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), garante um salário mínimo mensal para idosos acima de 65 anos ou pessoas com deficiência que comprovem não possuir meios de prover a própria subsistência ou de tê-la provida por sua família. Esse benefício, no entanto, não é confundido com a aposentadoria do INSS, uma vez que não exige contribuições ao sistema de seguridade social.
O 13º do BPC
Assim como outros benefícios pagos pelo INSS, o BPC também costuma contar com o pagamento do 13º salário, um bônus extra que é concedido anualmente no final do ano. O pagamento do 13º salário do BPC sempre gerou grande expectativa entre os beneficiários, pois ele representa um alívio financeiro em um período em que os gastos aumentam, seja por causa das festas de fim de ano, seja devido ao aumento da demanda por produtos e serviços. No entanto, em 2024, essa expectativa foi frustrada.
O que diz o INSS?
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por meio de uma explicação oficial, esclareceu os motivos para o não pagamento do 13º salário do BPC em 2024. Segundo o INSS, o pagamento do bônus depende de critérios estabelecidos pela legislação vigente. Para que o pagamento do 13º salário seja feito, é necessário que haja previsão orçamentária, ou seja, a disponibilidade de recursos do governo federal para cumprir com esse pagamento.
Todavia o Brasil, não adota pagamento do 13º para benefícios assistenciais. Conforme com as informações divulgadas, a mudança foi uma medida de contenção de gastos públicos em um cenário fiscal delicado, no qual o governo precisou reduzir despesas para atender a outras prioridades. Embora o INSS tenha destacado que o valor do BPC não foi alterado, a ausência do 13º salário gerou uma série de questionamentos sobre a transparência e a justiça do corte.
O impacto nos beneficiários do BPC
A decisão de suspender o pagamento do 13º salário afetou diretamente milhares de idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade, que dependem desse valor extra para complementar suas rendas. Muitas dessas pessoas não possuem outra fonte de sustento além do BPC, e o 13º salário representaria um alívio nas contas de fim de ano.
É importante destacar que o valor do BPC, que corresponde a um salário mínimo, também é insuficiente para cobrir todas as necessidades básicas de um idoso ou pessoa com deficiência. A ausência do 13º salário, portanto, representa uma perda significativa para aqueles que já enfrentam dificuldades financeiras. A situação se torna ainda mais complicada em um cenário de alta nos preços de bens e serviços essenciais, como alimentos e medicamentos, o que aumenta ainda mais a pressão sobre essas famílias.
O que esperar para o futuro?
O governo federal ainda não se posicionou sobre o futuro do benefício, mas o cenário fiscal e a disponibilidade orçamentária serão fatores determinantes para essa decisão. No país não existe projeto governamental para pagamento do 13º, devido a escassez de recursos financeiros.
Enquanto isso, os beneficiários do BPC precisam buscar alternativas para minimizar os impactos financeiros da ausência do bônus. Em alguns casos, organizações da sociedade civil e movimentos sociais têm se mobilizado para pressionar o governo a restabelecer o pagamento do 13º salário e garantir a continuidade do apoio financeiro a essa população. A expectativa é de que, com a pressão da sociedade, o governo federal reveja sua decisão e reestabeleça o pagamento do bônus nos próximos anos.