Desde a reforma da Previdência de 2019, as regras de aposentadoria do INSS têm passado por mudanças anuais. O ano de 2025 traz novas alterações que impactam tanto as condições de concessão quanto as regras de transição. Para quem está planejando se aposentar no próximo ano, é fundamental conhecer as novidades e os critérios aplicáveis. Este guia detalha as principais mudanças, regras fixas e de transição, além de orientações sobre como planejar a aposentadoria.
Direito adquirido: quem pode ficar tranquilo?
O que é direito adquirido?
Os segurados que já haviam cumprido os requisitos para aposentadoria antes das mudanças da reforma da Previdência, em 13 de novembro de 2019, têm o direito adquirido. Isso significa que podem solicitar o benefício seguindo as regras anteriores, mesmo que optem por se aposentar posteriormente.
Quem pode utilizar as regras antigas?
- Homens com 35 anos de contribuição e mulheres com 30 anos de contribuição antes da reforma;
- Períodos especiais, como trabalho insalubre, tempo rural, alistamento militar e vínculo reconhecido por ação trabalhista, podem ser incluídos para aumentar o tempo de contribuição.
Regras fixas que não mudam em 2025
Mesmo com as alterações anuais nas regras de transição, algumas normas permanecem inalteradas:
Regra permanente da reforma da previdência
- Homens: 65 anos de idade e 20 anos de contribuição (15 anos para segurados anteriores a 13 de novembro de 2019).
- Mulheres: 62 anos de idade e 15 anos de contribuição.
Regra do Pedágio de 50%
- Para quem estava a dois anos ou menos de completar os requisitos para aposentadoria em 2019, deve-se cumprir 50% do tempo restante.
- Exemplo: Se faltava 1 ano, será necessário trabalhar mais 1 ano e 6 meses.
Regra do Pedágio de 100%
- Aplica-se aos segurados que tinham mais de dois anos para completar os requisitos em 2019.
- Exemplo: Para quem faltavam 3 anos, será necessário cumprir o dobro desse tempo (6 anos).
Novas regras para 2025
As regras de transição estabelecidas pela reforma da Previdência continuam se ajustando em 2025, aumentando os requisitos de idade, tempo de contribuição e pontuação.
Regra de transição por pontos
- Homens: Somatória de 102 pontos (idade + tempo de contribuição).
- Mulheres: Somatória de 92 pontos (idade + tempo de contribuição).
- Exemplo: Um homem com 41 anos de contribuição e 61 anos de idade ou uma mulher com 32 anos de contribuição e 60 anos de idade atingem os pontos necessários.
Regra de transição por idade mínima e tempo de contribuição
- Homens com 64 anos e 35 anos de contribuição.
- Mulheres: têm 59 anos e contribuem há 30 anos.
- Há um acréscimo anual de meio ponto nos requisitos, tornando o processo progressivo.
Regra de transição por idade
- Mulheres: Mantida a idade mínima de 62 anos, com 15 anos de contribuição.
- Para os homens, não há alterações adicionais em 2025.
Como é calculado o valor da aposentadoria?
Cálculo baseado na regra de pontos
- O benefício começa com 60% do salário médio de contribuição, considerando 15 anos para mulheres e 20 anos para homens.
- A cada ano adicional, acrescenta-se 2% ao percentual.
Limite do teto do INSS
- Mesmo que o coeficiente ultrapasse 100%, o valor do benefício é limitado ao teto do INSS, que em 2024 é de R$ 7.786,02.
Planejamento da aposentadoria: como escolher a melhor regra?
Avaliação das regras de transição
Com as mudanças trazidas pela reforma da Previdência, escolher a regra mais vantajosa para a aposentadoria requer uma análise cuidadosa. Cada segurado deve considerar sua situação individual, avaliando fatores como:
- Idade atual: Dependendo da proximidade com a idade mínima exigida por cada regra, pode ser mais vantajoso optar por uma das regras de transição.
- Períodos adicionais a serem incluídos: Períodos especiais, como tempo de trabalho insalubre, rural, alistamento militar ou vínculo reconhecido judicialmente, podem aumentar o tempo de contribuição e tornar uma regra específica mais vantajosa.
- Impacto no valor do benefício: Algumas regras oferecem condições de aposentadoria mais rápidas, mas podem resultar em um benefício de menor valor devido ao cálculo proporcional. Outras podem exigir mais tempo, mas garantir um benefício maior.
Fazer simulações utilizando as ferramentas disponíveis no Meu INSS ou por meio de consultores especializados ajuda a visualizar os resultados das diferentes regras e a tomar a decisão mais acertada.