A capital mineira enfrenta um desafio na distribuição de kits alimentares essenciais para famílias em situação de vulnerabilidade. Aproximadamente 10 mil beneficiários ainda não compareceram para retirar as cestas básicas disponibilizadas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Este cenário preocupante representa cerca de 25% do total de famílias elegíveis para receber o auxílio alimentar durante o período de férias escolares.
A iniciativa da PBH visa garantir a segurança alimentar de crianças e adolescentes que, durante o ano letivo, contam com a merenda escolar como uma importante fonte de nutrição. Com o recesso das aulas, muitas famílias enfrentam dificuldades para manter uma alimentação adequada, tornando a distribuição desses kits uma ação no combate à fome e à desnutrição.
O programa de distribuição de cestas básicas
Objetivos e público-alvo
O programa de distribuição de cestas básicas em Belo Horizonte tem como principal objetivo combater a insegurança alimentar durante o período de férias escolares. A iniciativa é direcionada especificamente para famílias em situação de vulnerabilidade econômica, com renda per capita de até R$ 218, conforme registros do Cadastro Único.
A PBH reconhece que muitas crianças e adolescentes dependem das refeições oferecidas nas escolas como principal fonte de alimentação diária. Com a suspensão das aulas durante as férias, essas famílias podem enfrentar dificuldades significativas para garantir uma nutrição adequada aos seus filhos. Portanto, o programa busca preencher essa lacuna, fornecendo alimentos essenciais.
Critérios de elegibilidade
Para ser elegível ao recebimento das cestas básicas, as famílias devem atender a critérios específicos estabelecidos pela Prefeitura. Além do limite de renda mencionado, é necessário que a família tenha crianças ou adolescentes regularmente matriculados na rede municipal de ensino de Belo Horizonte.
O processo de seleção dos beneficiários é realizado através do cruzamento de dados entre o Cadastro Único e as matrículas escolares. Isso permite que a PBH identifique com precisão as famílias que mais necessitam desse suporte alimentar, garantindo que o auxílio chegue efetivamente àqueles em situação de maior vulnerabilidade social e econômica.
Composição das cestas básicas
A Prefeitura de Belo Horizonte oferece dois tipos de cestas básicas, ambas contendo os mesmos itens, mas variando na quantidade de alimentos. Essa diferenciação leva em consideração o número de estudantes matriculados em cada família beneficiária, assegurando que o auxílio seja proporcional às necessidades de cada núcleo familiar.
Os kits alimentares são compostos por uma variedade de itens essenciais para uma alimentação básica e nutritiva. Entre os produtos incluídos nas cestas, encontram-se:
- Açúcar cristal
- Arroz branco
- Café em pó
- Extrato de tomate
- Farinha de mandioca
- Farinha de trigo
- Feijão carioca
- Feijão preto
- Fubá
- Leite em pó
- Macarrão
- Óleo de soja
- Sal refinado
- Sardinha
Processo de consulta e retirada
Plataforma online de consulta
Para facilitar o acesso às informações sobre a distribuição das cestas básicas, a Prefeitura de Belo Horizonte disponibilizou uma plataforma online específica para este fim. O site Cestas Estudantes foi lançado em 9 de dezembro, permitindo que as famílias beneficiárias consultem detalhes importantes sobre a retirada dos kits alimentares.
Através desta plataforma, os beneficiários podem obter informações fundamentais, como:
- Data de retirada da cesta básica
- Horário disponível para a coleta
- Local designado para a entrega do kit
A implementação deste sistema online visa otimizar o processo de distribuição, reduzindo filas e aglomerações, além de proporcionar maior comodidade às famílias beneficiárias. A plataforma permanecerá ativa até 31 de dezembro, oferecendo período para que todas as famílias elegíveis possam acessar suas informações.
Adesão ao sistema de consulta
Desde o lançamento da plataforma de consulta, mais de 30 mil famílias já acessaram o sistema para obter informações sobre a retirada de suas cestas básicas. Este número demonstra uma boa adesão ao processo digital, refletindo a eficácia da estratégia adotada pela Prefeitura para comunicar-se com os beneficiários.
No entanto, o fato de que aproximadamente 10 mil famílias ainda não realizaram a consulta é motivo de preocupação. Esta lacuna na comunicação pode estar relacionada a diversos fatores, como:
- Dificuldade de acesso à internet
- Falta de familiaridade com plataformas digitais
- Desconhecimento sobre a existência do programa
- Barreiras de comunicação entre a Prefeitura e os beneficiários