O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou uma série de mudanças significativas nas regras do empréstimo consignado, que entrarão em vigor a partir de janeiro de 2025. Essas alterações visam proporcionar maior proteção aos aposentados e pensionistas, além de promover uma concorrência mais justa entre as instituições financeiras. A seguir, entenda as novas diretrizes, seus impactos e o que os beneficiários do INSS precisam saber para se adaptar a esse novo cenário.
O empréstimo consignado é uma modalidade de crédito muito popular entre os segurados do INSS, conhecida por oferecer taxas de juros mais atrativas em comparação com outras opções disponíveis no mercado.
Principais mudanças nas regras do empréstimo consignado
As alterações anunciadas pelo INSS trazem uma série de novidades que afetarão diretamente a forma como os aposentados e pensionistas poderão acessar o crédito consignado. Entre as principais mudanças, destacam-se:
- Flexibilização do período de carência para novos beneficiários
- Exclusividade temporária para bancos pagadores do benefício
- Restrições à atuação de procuradores
- Manutenção dos limites de comprometimento da renda
Essas modificações foram estabelecidas por meio de uma Instrução Normativa publicada pelo INSS, com o objetivo de criar um ambiente mais favorável e seguro para os segurados que buscam essa modalidade de crédito.
Flexibilização do período de carência
Uma das mudanças mais significativas diz respeito ao período de carência para novos beneficiários. Anteriormente, aposentados e pensionistas recém-aprovados eram obrigados a aguardar 90 dias antes de poderem solicitar um empréstimo consignado. Com as novas regras, essa restrição foi flexibilizada, permitindo que os segurados acessem o crédito mais rapidamente, desde que observadas certas condições.
Como funcionará a nova regra
A partir de 2 de janeiro de 2025, os novos aposentados e pensionistas poderão solicitar o empréstimo consignado nos primeiros 90 dias de recebimento do benefício. No entanto, essa possibilidade estará limitada ao banco onde o benefício é pago.
Objetivo da flexibilização
Essa medida visa facilitar o acesso ao crédito para aqueles que acabaram de se aposentar ou começar a receber pensão, permitindo que atendam a necessidades financeiras imediatas sem precisar recorrer a outras modalidades de empréstimo com juros mais elevados.
Exclusividade temporária para bancos pagadores
Outra novidade importante é a concessão de um período de exclusividade para os bancos que realizam o pagamento dos benefícios. Essa medida tem como objetivo incentivar a concorrência entre as instituições financeiras e, potencialmente, resultar em melhores condições para os segurados.
Período de exclusividade
Durante os primeiros 90 dias após a concessão do benefício, o segurado só poderá contratar o empréstimo consignado com o banco responsável pelo pagamento de sua aposentadoria ou pensão.
Impacto na portabilidade
Nesse período inicial de 90 dias, não será permitida a portabilidade do empréstimo para outras instituições financeiras. Essa restrição visa garantir que o banco pagador tenha a oportunidade de oferecer suas condições de crédito ao beneficiário.
Processo de escolha dos bancos pagadores
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, explicou que o processo de seleção dos bancos pagadores continuará sendo realizado por meio de leilões da folha de pagamento. Esses leilões ocorrem a cada cinco anos e são organizados por estados ou regiões.
Vantagens para o INSS
Ao conceder exclusividade temporária aos bancos vencedores dos leilões, o INSS espera receber propostas mais atrativas, o que pode resultar em maior arrecadação para a Previdência Social.
Benefícios para os segurados
Embora a exclusividade inicial possa parecer uma limitação, a expectativa é que essa medida incentive os bancos a oferecerem condições mais vantajosas para atrair e manter os clientes do INSS.
Restrições à atuação de procuradores
As novas regras também trazem mudanças significativas no que diz respeito à atuação de procuradores dos aposentados e pensionistas. Essas alterações visam aumentar a segurança e prevenir fraudes relacionadas à contratação de empréstimos consignados.
Limitação de poderes
De acordo com a Instrução Normativa, os procuradores não poderão mais autorizar o desbloqueio das operações de crédito em nome dos beneficiários que representam.
Necessidade de autorização específica
Para que um representante legal possa desbloquear a concessão de empréstimo consignado e autorizar o desconto das parcelas em folha, será necessário que o beneficiário emita um “instrumento de mandato público” específico para essa finalidade.
Manutenção dos limites de comprometimento da renda
Apesar das diversas mudanças introduzidas, os limites de comprometimento da renda com empréstimos consignados permanecerão inalterados. Essa decisão visa manter o equilíbrio entre o acesso ao crédito e a saúde financeira dos beneficiários.
Percentuais permitidos
Os segurados do INSS continuarão podendo comprometer até 45% do valor do benefício com empréstimos consignados, distribuídos da seguinte forma:
- 35% para empréstimo pessoal
- 5% para cartão de crédito
- 5% para cartão de benefício
Importância da manutenção dos limites
A preservação desses percentuais é fundamental para evitar o superendividamento dos aposentados e pensionistas, garantindo que uma parcela significativa do benefício permaneça disponível para as despesas essenciais do dia a dia.
Procedimentos para desbloqueio de operações de crédito
O INSS mantém um sistema de bloqueio padrão para operações de crédito consignado como medida de segurança. Para realizar um empréstimo, os beneficiários precisam seguir um procedimento específico de desbloqueio.
Passo a passo para desbloqueio
- Acessar o aplicativo Meu INSS
- Fazer login com a conta do Portal Gov.br
- Buscar pela palavra “empréstimo”
- Selecionar a opção “desbloquear”
- Ler atentamente e seguir as instruções fornecidas
Recomendações de segurança
O INSS orienta que os segurados mantenham seus benefícios constantemente bloqueados quando não estiverem utilizando o crédito consignado. Essa prática ajuda a prevenir fraudes e a contratação não autorizada de empréstimos em nome do beneficiário.